Prefeitura Municipal de Cataguases

Cataguases realiza Fórum Mundial da Criança

O encontro propôs, entre outras ideais, o desafio aos educadores de se comunicar com universo infantil entendo o brincar como forma de linguagem

Texto: Roberto Guimarães

Nos dias 31 de outubro e 01 de novembro, aconteceu no Centro Cultural Humberto Mauro (CCHM), o Fórum Mundial Da Criança. Realizado pela Prefeitura de Cataguases por meio da Secretaria de Educação, a iniciativa foi idealizada pelo vice-prefeito, Marco Andrade, o Markim, como resultado das ações do Projeto Bem-Te-Vi, que ele tem levado desde março às escolas do município. O evento foi abrilhantado pela apresentação do Coral Meninas Cantoras da Lila, da tradicional Escola de Música Lila Carneiro Gonçalves.

O evento foi aberto oficialmente na manhã de ontem, dia 31. Na oportunidade, Markim Andrade, que também é ator e diretor artístico, explicou o propósito de denominar o evento como mundial. “Não há que se falar em limites geográficos. Afinal, vivemos no mundo, as fronteiras somos nós quem criamos e o próprio universo da imaginação infantil não possui limites”. Markim disse ainda “pensar uma cidade desenvolvida requer de nós adultos a capacidade de nos elevarmos ao nível dessas crianças, do ponto de vista de sensibilidade, da criatividade e das emoções, e por isso é necessário que se compreenda a linguagem delas que é o brincar”. Ainda segundo ele, o Fórum propôs integrar os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e parceiros como Grupo Energisa, Instituto Energisa e instituições da sociedade civil a caminharmos juntos pelo mesmo propósito.

A secretária de Educação, Luci Mara Guedes, elogiou a iniciativa de pensar o universo infantil, o que para ela revela uma grandeza de alma. “A brincadeira está na essência do mundo infantil e para mantermos essas experiências, as crianças precisam de nós”, disse ela ao público ali formado em boa parte de professores e professoras. Para Luci Mara, com as exigências para se cumprir metas não podemos correr o risco de nos esquecermos dos momentos de brincadeira com e para as crianças. “Brincar faz desenvolver as emoções e a criatividade nas crianças. Que tal levarmos para nossas escolas as ideias de incentivo às brincadeiras colocadas neste Fórum”, propôs a secretária.

Em seu pronunciamento, o prefeito José Henriques disse que “esse empenho do nosso vice-prefeito evidencia o quanto a Administração Municipal vem se dedicando ao fortalecimento de políticas públicas em geral e, neste caso específico, as políticas voltadas para o bem-estar das nossas crianças. José Henriques disse ainda que “Cataguases pensa fora da caixa”, destacando experiências simples e bem sucedidas como as oficinas de Jiu-Jitsu, reunindo mais de duzentas crianças, e o Curso de Robôtica, no CAIC, “experiências efetivas que mantém o aspecto lúdico e otimizam o tempo de aproveitamento escolar”, afirmou o prefeito. Em seguida, o estudante Lorran Aristóteles de Paula Nascimento, da Escola Municipal Prefeito José Esteves e aluno do Curso de Robôtica, fez um breve testemunho de sua satisfação com o curso.

O diretor comercial do Grupo Energisa, Fábio Lancelotti, ali representando também o Instituto Energisa, parabenizou a Prefeitura pela realização do evento e reiterou o apoio empresarial a iniciativas dessa natureza. “Considero esse Fórum um evento muito especial por promover reflexões e soluções capazes de melhorarmos enquanto pessoas e sociedade”, disse, reiterando que a Energisa será sempre parceira de ações como essa que envolvam a educação e as responsabilidades social e cultural.

O Fórum contou ainda com três exibições do filme A Família Dionti, do diretor Alan Minas.
A primeira sessão aconteceu na tarde do dia 31. Na quarta-feira, 1º de novembro, tivemos sessões às 8h30 e às 14 horas. Após cada exibição, tivemos bate-papo com Alan Minas e atores que participaram das filmagens.

Os palestrantes convidados

A psicológa Júlia Cabral Mazinni abordou o tema Cuidar, brincar e educar: cidade feita para as crianças, para abrir a série de palestras. Especialista em Neuropsicologia, Julia chamou a atenção para aspectos comprovados pela neurociência para a importância das brincadeiras para o desenvolvimento das crianças e inclusive para o bem-estar mental na fase adulta. “A ideia foi propor o brincar como forma de desenvolvimento humano como um todo, levando-nos a pensar o lugar também dos adultos, inclusive nas interações com as crianças”.

Já a supervisora pedagógica Rosenely Silva Ribeiro Neto apresentou o projeto Girassol, desenvolvido junto às crianças da Escola Municipal Cantinho Feliz. “Pensamos em algo que pudesse mudar a rotina das nossas crianças de maneira construtiva, promovendo valores como união, respeito, cuidado e amor entre as pessoas, por meio das atividades de atividades que envolvem desde o plantio até a floração dos girassóis, passando pelo trato da terra, o uso da água e das sementes”, explicou ela, ressaltando que a partir daí diversas outras atividades lúdicas e que trabalham a imaginação das crianças foram promovidas com a mesma temática das flores e do cuidado com a natureza.

O terceiro palestrante foi o brincante Roque Antônio Soares Junior, o Roquinho. Mineiro de Padre Paraíso, Vale do Jequitinhonha, Roquinho explicou a identificação de seu trabalho com a própria infância. “A criança que eu fui me diz o que é essencial para a criança como a liberdade, a alegria, o contato com a natureza”, disse ele, ressaltando a importância do adulto se reconectar com a própria infância para dominar essa linguagem, especialmente nos processos educacional e artístico. Roquinho é fundador da Carretel, entidade empresarial voltada para questões ligadas à educação, cultura da criança e cultura brasileira e apresentou em sua palestra o tema “Brincar, linguagem universal da criança”.

A última participação da manhã de abertura do Fórum do escritor e cineasta Alan Minas, diretor do premiado longa-metragem A Família Dionti (2015), filmado em Cataguases. Alan que é carioca, disse que estar sempre voltando a Cataguases, devido aos laços de amizade e de compromissos aqui mantidos. “Quando encerramos o filme, não fomos simplesmente embora porque criamos vínculos com Cataguases”, reforçou. Mantendo em suas obras, seja literária ou de cinema, a identificação com o realismo mágico e com o universo infantil, neste Fórum Alan Minas abordou o tema O Cinema Fora da Tela. “Mais do que um convite, esse tema é uma reivindicação para que o público contribua levando para a sua vida alguns elementos da narrativa do filme, pois o filme não termina quando acaba, mas é obra aberta e as reflexões por ele provocadas podem ser desenvolvidas e contextualizadas na subjetividade de cada um de nós”.

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